Por falta de encomendas e ainda sentindo os efeitos da crise econômica, parte da indústria calçadista de Birigui (SP) decidiu dar férias coletivas para os funcionários.
O município é conhecido como a capital nacional do calçado infantil com mais de 300 empresas que movimentam a economia da região noroeste paulista.
No ano passado, a estimativa de produção chegou a 42 milhões de pares por dia, com faturamento de R$ 1,730 bilhão.
Para algumas indústrias a salvação tem sido investir fora do país, ainda mais com o dólar alto, mas os contratos internacionais não estão em todas as fábricas, e a produção voltada para o mercado exterior ainda não é o suficiente para equilibrar as contas.
Desde o último dia 21, a fábrica da empresária Edna Lopes está com as máquinas desligadas. Cerca de 80 funcionários não estão mais indo ao local. A empresa presta serviço terceirizado e os pedidos reduziram 30%.
“Essa época do ano era para a gente estar trabalhando muito. Inclusive de sábado, mas está difícil”, diz a empresária Edna Lopes.
A realidade também pode ser vista em outras fábricas do município. Uma alternativa encontrada pelos empresários para não precisar fazer uma demissão em massa.
Na indústria do gerente José Fernando Garcia, os pedidos feitos terminaram na quinta-feira (30). Depois disso, 96 trabalhadores entraram em férias coletivas por 20 dias.
“Tomamos a atitude para não precisar demitir ninguém. Além disso, vamos juntar uma carteira de encomenda para daqui 20 dias voltarmos a produzir a todo vapor”, explica.