Centenas de pessoas participaram de uma manifestação contra o corte de recursos para a educação anunciado recentemente pelo Governo Federal, que chegam a R$ 1,7 bilhão. Estudantes, professores e entidades sindicais, com um carro de som, realizaram um ato na avenida dos Araçás em frente a antiga estação ferroviária.
Um dos organizadores do manifesto em Araçatuba, o professor Marcos Francisco Alves, disse que o movimento reuniu estudantes, professores, movimentos sociais de base, comunidade LGBTS, movimento das mulheres e algumas igrejas. O objetivo, segundo ele, além de protestar contra os cortes na educação pelo Governo Federal, foi protestar também contra a reforma da previdência.
Segundo ele, o corte de verbas para a Educação é um fato preocupante, porque sem educação de qualidade, sem as bolsas para doutorado e pesquisas, o país ficará a mercê de tecnologias e know how dos estrangeiros, principalmente da América do Norte.
Os manifestantes utilizaram carro de som e foram se revezando nos discursos. Em meio aos manifestantes havia muitos alunos e professores. Por volta das 18h eles ocuparam a pista sentido centro-bairro da avenida dos Araçás, que foi interditada pela Polícia Militar.
O trânsito ficou congestionado principalmente por se tratar de horário de pico. O desvio foi feito pela Quinze de Novembro. Pela manhã outro grupo já havia realizado um protesto contra o corte de recursos na educação. Centenas de estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araçatuba e do Instituto Federal de Birigui participaram da primeira manifestação.
Os universitários dos cursos de Odontologia e Medicina Veterinária percorreram as ruas com cartazes. Eles saíram da frente da FOA, na Rua José Bonifácio, subiram a Rio de Janeiro até a Floriano Peixoto e pararam na Praça Rui Barbosa, Centro da Cidade.
Segundo a organização, 400 pessoas participaram do ato, que contou com a participação de aproximadamente 50 funcionários.
Os protestos aconteceram em centenas de cidades do país. Dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro fez uma declaração chamando os manifestantes de “idiotas úteis” que estão sendo usados como massa de manobra por uma minoria.
PESQUISAS
Os cortes anunciados pelo MEC atingem as bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), financia os programas de pós-graduação, mestrado e doutorado das universidades públicas. A Capes também atua na formação de professores da educação básica.
“As pesquisas serão prejudicadas com estes cortes”, afirmou o presidente do Diretório Acadêmico Carlos Aldrovandi, Felipe Yudi Lopes, 25 anos, aluno do sexto ano do curso noturno de Odontologia. Ele lembra que 95% das pesquisas do País são realizadas por universidades públicas. “A USP, Unesp e Unicamp são responsáveis por 25% destes 95%”, observou. (Com informações: Alessandra Nogueira)
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