Moradores da Rua Altino Arantes, no bairro Dona Amélia, em Araçatuba, estão preocupados com uma substância desconhecida que chega até suas casas por meio da tubulação de água da rede pública. São partículas escuras que quase bloqueiam a entrada de água nos hidrômetro.
O transtorno não para por aí. A matéria desconhecida também tem manchado roupas e impossibilitado o uso de água da torneira para cozinhar, algo comum em grande parte das casas. “Não sabemos o que podemos estar ingerindo e isso é muito preocupante”, disse Henrique Bernardi, morador que procurou o Regional Press para denunciar o caso.
Ele disse que notou a presença da substância estranha após a redução no volume de água da rua. Concomitantemente, a família percebeu as partículas escuras na máquina de lavar e na torneira da cozinha.
Preocupados com a situação, em março deste ano, os moradores acionaram a Samar, empresa responsável pelo tratamento e abastecimento de água em Araçatuba.
Um técnico foi até a residência e constatou o entupimento parcial do hidrômetro. A substância estava acumulada no filtro do aparelho.
Fotos feitas pelos moradores antes e depois do hidrômetro ser limpo revelaram o motivo da preocupação.
A matéria foi recolhida para análise, mas, até o momento, os moradores não sabem do que se trata.
O mesmo problema foi apontado por outra moradora da mesma rua, vizinha de Bernardi. De acordo com os munícipes, as partículas aparentam ser uma espécie de borracha (parecida com piche) que derretem em contato com o ferro quente, deixando vestígios em peças de roupas, principalmente as brancas.
“Estamos angustiados com isso, pois dizem que essa água é potável e própria para o consumo humano”, observa o morador. “Mas, e essa substância que não sabemos o que é?. Qual o efeito que isso tem no organismo a curto, médio e longo prazos?”, indaga, revoltado.
O Regional Press entrou em contato com a Samar no dia 2 de abril e pediu informações sobre o caso. Em nota, a empresa informou que mandaria um profissional para coletar amostras da matéria. (veja íntegra da nota no final do texto).
No entanto, Bernardi alega que esse procedimento foi feito em março, quando ele próprio protocolou uma reclamação na Samar, como mostra a imagem abaixo:
“Já levaram as amostras, mas não sabemos o resultado da análise, o que é lastimável depois de tanto tempo”.
Questionada novamente sobre do que se trata a matéria, a assessoria de imprensa da Samar informou, na última sexta-feira (12), que encaminharia a demanda ao setor competente.
Mas, até a manhã desta terça-feira (16), nenhuma informação oficial sobre o resultado da análise do material havia sido divulgada.
“Até quando vamos conviver com isso, sem sabermos o que é e quando esse problema será sanado?”, questiona Bernardi. Por enquanto, são perguntas ainda sem respostas.
Veja íntegra da nota encaminha pela Samar ao RP10:
“A SAMAR está encaminhando a equipe do laboratório móvel até o local para realizar uma descarga no cavalete. Esse procedimento garante a limpeza dos canos antes da chegada da água no imóvel. Vamos realizar o mesmo procedimento na rede da rua, eliminando assim qualquer arraste que possa ocorrido na tubulação.
Em caso de solicitações de verificação da água, a SAMAR encaminha o laboratório móvel até o local para realizar as análises e procedimentos necessários para garantir a qualidade da água que chega até o imóvel. O serviço pode ser solicitado pelo 0800-7702295″.
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Fotos feitas durante visita do técnico da Samar e as substâncias colhidas no local:
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