O músico e neurocientista Daniel Freitas e o neurocirurgião Rodrigo Mendonça (que também é músico) lançam, nesta sexta-feira (1º), o livro “Uma jornada pelos mistérios do cérebro musical”, que reúne histórias envolvendo a música e o cérebro, mostrando o seu impacto na sociedade e no organismo, por meio de um trabalho empírico e científico.
A obra é fruto de um trabalho de observações e estudos vivenciados por Freitas e Mendonça, realizados com pacientes, músicos, estudantes de música e apreciadores.
Após quatro anos de pesquisas, os autores convidam o leitor a refletir sobre a música e o seu significado e importância para a mente, o corpo e a vida em sociedade.
“O ser humano necessita de música, assim como necessita de alimento; ela é o combustível da alma”, afirmam os autores.
Inicialmente, a ideia era produzir um documentário audiovisual para a televisão, mas o decorrer do trabalho, eles sentiram que os relatos e as histórias gravadas seriam melhor documentados em forma de livro.
De maneira didática, Freitas e Mendonça entram na mente criativa de grandes compositores e no funcionamento do cérebro quando exposto à música, mostrando os caminhos que ela percorre até atingir as emoções e tocar a alma.
CASOS
Como exemplo, cita o caso de um paciente de Rodrigo Mendonça. O rapaz era músico e operou o lóbulo temporal direito, região responsável pelo processamento dos estímulos auditivos, emoção e memória recente.
A expectativa era saber como iria ficar a interpretação sonora dele após a intervenção cirúrgica. Para a surpresa do médico, o paciente não perdeu a capacidade de processar e interpretar os estímulos sonoros.
A explicação para isso, segundo o livro, é que o paciente tinha um tumor de longa data e as áreas lesadas foram sendo substituídas por outras, demonstrando a plasticidade do cérebro.
O livro relata também o caso de outro paciente, que gostava muito de música clássica, mas após passar por uma cirurgia no cérebro, relatou que a música havia perdido o sentido para ele, que não mais se emocionava ao ouvir Bach, Beethoven ou Chopin.
MUSICOTERAPIA
Os autores revelam, ainda, que o uso da música como terapia é um instrumento poderoso para reabilitação de pacientes, por meio da chamada musicoterapia.
“Ela estimula motricidade, ajudando na recuperação de pacientes com problemas de movimento”, afirma Freitas.
A obra mostra também a importância da música na educação e formação das crianças e adolescentes, favorecendo a coordenação motora, concentração, melhora no raciocínio, dentre outros.
“O cérebro necessita de música, que estimula a produção de hormônios como a dopamina, por isso, existe a expressão orgasmo musical, quando a pessoa se arrepia ao ouvir determinada música”, destaca Freitas.
SERVIÇO
Lançamento
“Uma Jornada pelos mistérios do cérebro musical”
Nesta sexta-feira (1º), às 19h, em O Quintal Cultural (Rua Cussy de Almeida Júnior, 2088)
O livro será vendido a R$ 50,00
Autógrafos até as 21h. Após, haverá show com a Banda Rádio 84