O ex-jogador Edison Silva, 74 anos, o Zuguda, morreu na tarde desta terça-feira (15), na Santa Casa de Araçatuba, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele tinha câncer na próstata e havia sido internado para tratar uma anemia e infecção urinária.
Bastante conhecido no meio esportivo, Zuguda começou a jogar futebol ainda menino, na década de 1960, no antigo campo do Matarazzo. Passou pelo Comercial e São Vicente, times amadores de Araçatuba.
Depois, foi para o Flamengo, criado pelo Grupo Matarazzo, que tinha uma indústria no município. Com a camisa do Flamengo local, disputou campeonatos no Estado de São Paulo.
O amigo de infância José Lima, o Leitoa, chegou a jogar com Zuguda e conta que ele era um centroavante que usava o vigor físico para dominar a bola, ir para cima e emplacar gols.
O porte físico de Zuguda, aliás, impunha respeito nos adversários, conforme conta Leitoa. Ele lembra que, quando menino, em determinada ocasião, jogavam pelo Comercial contra o Líder, outro time amador da cidade, quando houve um desentendimento na área e o goleiro adversário jogou um galho de eucalipto nas costas do centroavante.
Quando se virou e viu que era o Zuguda, o goleiro desistiu do soco que já estava armado e caiu na gargalhada. “Ele sabia que apanharia, por isso, o espírito esportivo prevaleceu”, recorda-se o amigo.
Vem de Leitoa também a explicação da origem do apelido do amigo. Seu pai, que não tinha um braço, era chamado de Zungu e adorava assistir aos jogos de futebol. O filho acabou herdando uma variação do apelido e passou a ser o Zuguda.
Ainda jovem, o ex-jogador sofreu lesões no joelho e teve de abandonar o campo, embora tenha sido um grande apaixonado por esportes durante toda a sua vida. Esta paixão, aliás, incentivou a filha Kelly Cristina Silva a praticar judô, chegando à seleção brasileira aos 13 anos e conquistando vários títulos, incluindo dois sul-americanos e um mundial. “O esporte era a vida dele”, diz Kelly.
Zuguda trabalhou muitos anos como segurança da Santa Casa e do Banco Real, onde se aposentou. Ele deixa a esposa, Ingrácia; os filhos Kelly, Ana Letícia e Fábio; e a neta Beatriz Gabrieli.
Seu corpo foi velado na capela da Funerária Cardassi da Prestes Maia e o sepultamento ocorreu as 15h desta quarta-feira, no Cemitério Recanto de Paz.