Cerca de 50 peixes da espécie piracanjuba utilizados em experimentos científicos internacionais foram furtados, na madrugada desta terça-feira, 8, do laboratório de piscicultura da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Ilha Solteira, interior de São Paulo.
De acordo com o técnico Wilder Jordão, os espécimes estão contaminados por produtos químicos e receberam hormônios como parte das pesquisas, não podendo ser consumidos.
No total, cerca de 100 quilos de peixes foram levados. A polícia foi mobilizada, mas até o fim da tarde, nenhum suspeito tinha sido encontrado.
O furto ocorreu no campus 2 da universidade, que foi invadido pelos ladrões. Os peixes foram retirados de uma estufa usada em pesquisas dos cursos de Zootecnia de Biologia.
De acordo com Jordão, a ação dos criminosos levou à perda de estudos científicos de vários anos. Ele alertou que alguns produtos aplicados nos espécimes podem ter efeito cancerígeno em pessoas.
O técnico fez um apelo para que os autores do furto ou pessoas que tiveram acesso a esses peixes evitem o consumo da carne. “Não é recomendado, pode acarretar problemas de saúde”, disse. A Polícia Civil informou ter feito perícia no local e investiga pistas dos suspeitos.
A piracanjuba é um peixe que habita a bacia do Rio da Prata e está em risco de extinção. O espécime chega a medir 80 cm e pesar até seis quilos. É um peixe migratório, encontrado também em rios dos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.