Após mais de 13 horas de julgamento, o ex-Policial Militar Vinícius Coradim foi absolvido da acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar). No entanto foi condenado a nove anos e seis meses de detenção.
Do total da pena, quatro anos foi por homicídio culposo (sem intenção de matar), pela morte em 2017 do estudante Diogo Belentani, filho do então comandante do (CPI-10) Comando de Policiamento do Interior-10, coronel Armando Belentani Filho.
Ele também foi condenado a um ano de prisão por fraude processual e quatro anos e seis meses por disparo de arma de fogo. Antes do crime ele “brincou” de tiro ao alvo no local onde participava de um churrasco.
Como está detido há um ano e quatro meses, já tem direito a progressão ao regime semi-aberto. O promotor de Justiça Adelmo Pinho informou que não vai recorrer da decisão.
A sentença foi proferida às 23h21 desta quarta-feira (7). Familiares e amigos da vítima se emocionaram e muitos ficaram inconformados ao ouvir a decisão do Tribunal do Júri.
Conforme a sentença, a condenação por fraude processual ocorreu em razão de Vinícius ter colocado a arma na mão direita da vítima, simulando, assim, a ocorrência de suicídio.
DEFESA
O advogado de defesa, Nilton Vivan Nunes comemorou o resultado. Conseguimos provar que o tiro foi acidental e que não houve intenção de matar ninguém.
Conforme a tese acatada pelos jurados, o disparo ocorreu quando Vinicius tentou pegar a arma da mão de Diogo. Na sentença, o juiz Henrique de Castilho Jacinto escreve: “…De se observar que o acusado infringiu todas as modalidades de culpa possível. Foi negligente com a guarda de sua arma, deixando-a ao alcance de terceiros. Foi imprudente ao, embriagado, tentar retirar a arma da mão de outrem. Foi imperito no desarme da vítima não evitando o disparo”.
Com o tiro do peito da vítima, Vinícius entrou em desespero teve a ideia de negar qualquer envolvimento no crime e mentiu que teria ocorrido suicídio, o que foi descartado na investigação da Polícia Civil.
Em depoimento, o réu voltou a afirmar que o tiro ocorreu de forma acidental e que ele era muito amigo da vítima, não tendo, portanto, motivo para matá-lo.
REPERCUSSÃO
Pela repercussão do caso, a segurança foi reforçada e houve distribuição de senhas para as pessoas que quiseram assistir ao julgamento.
Houve atraso para o início do júri. Parentes e amigos que usavam camiseta com a foto da vítima e com os dizeres ‘Diogo/ Justiça’ tiveram que retirar ou virar do avesso a vestimenta. Houve protesto por parte da plateia, mas a determinação foi cumprida.
Durante o julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa.
Foram expostos detalhes do caso ocorrido em 15 de julho de 2017 na casa de parentes de Coradim, na rua Baguaçu, durante um churrasco entre amigos.
Com a decisão, Vinícius permanece preso no regime semiaberto no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo. Agora, ele vai ficar em uma ala separada dos presos que cumprem a pena em regime fechado. O ex-PM pediu baixa da corporação após o incidente.