A mãe de uma criança que sofreu abuso sexual em um presídio em Fortaleza (CE) denunciou, na quinta-feira (18/10), atendimento classificado por ela como “constrangedor” para a filha depois do crime ocorrer.
De acordo com a mulher, a menina foi levada da penitenciária onde o estupro aconteceu até a delegacia e ao hospital na mesma ambulância em que estava o preso suspeito de ter cometido o delito. As informações são da TV Verdes Mares, filiada à TV Globo.
“Chamaram a ambulância, ele [suspeito de estuprar a criança] veio atrás, e a gente veio escoltada por três agentes penitenciários. Viemos todos na mesma ambulância, ele atrás. Fomos levados pra delegacia, lá a gente registrou o boletim de ocorrência e fizeram o flagrante”, relatou a mãe da garota relatou à reportagem.
O homem apontado como autor do crime recebeu atendimento porque foi agredido por outros detentos e ficou ferido.
O crime ocorreu no sábado (13), na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL V), localizada em Itaitinga (CE). No dia, a penitenciária havia sido aberta para visita dos filhos de presidiários, por causa do Dia das Crianças. A menina foi abusada no setor onde ficam os condenados por crimes sexuais, informou ainda o TV Vedes Mares.
Conforme informou a mãe da vítima, a criança havia feito um brinquedo no presídio, com ajuda do pai, e queria assinar com o nome da professora para presenteá-la. Segundo ela, o detento que iria registrar o nome da docente com tinta foi o autor do estupro.
“Ela [a criança vítima de estupro] saiu com o pai pra assinar o brinquedo. Num momento de distração que ele [presidiário suspeito do delito] pegou ela num canto. Ela disse ‘mãe, eu não venho mais aqui visitar meu pai’; eu perguntei ‘por quê? Tem que ter um motivo’. Ela disse ‘mãe, um homem tava pegando nas minhas partes’; e eu, ‘onde?’. Ela fez assim: ‘aqui’. Ele disse que ela não alarmasse. Aí ela disse ‘mãe eu fiquei tentando sair, beliscando ele, aí ele foi e colocou o dedo nas minhas partes’.”, informou a mulher.
Ao saberem do ocorrido, os demais presos agrediram o detento suspeito do estupro. Em seguida, ele foi atendido em um hospital e levado a uma outra unidade, para evitar um linchamento, segundo agentes penitenciários.