Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam, na noite de quarta-feira (5), em Rio Claro (SP), dois homens suspeitos de envolvimento no ataque contra agências bancárias de Bauru (SP).
O ataque aconteceu na madrugada de quarta-feira. Os bandidos chegaram em Bauru por volta das 2h em carros de luxo, alguns deles blindados, e explodiram uma agência bancária da Caixa Econômica Federal. Os bandidos tinham um drone para monitorar a movimentação na região e na fuga atiraram contra outras duas agências que ficam próximas.
Os homens que integravam a quadrilha foram presos em um imóvel no Jardim Floriana onde, segundo o Deic, funcionava a base operacional da quadrilha. No local, havia munições de fuzil, explosivos e material para detonação. A polícia também apreendeu R$ 45 mil.
Investigação
Os policiais chegaram ao local por meio de uma investigação que envolveu o Deic e o Divecar (Departamento de Investigações sobre Desmanches Ilegais).
Policiais do Divecar que monitoravam suspeitos de roubo de carga identificaram veículos usados no ataque em Bauru e as investigações levaram até o imóvel em Rio Claro.
Equipes do Divecar, Deic, Garra e do Grupo Especial de Reação (GER) cercaram o local e prenderam José Luiz Milani, de 69 anos, e Caio Rossano Paternazi , de 44.
De acordo com o Deic, os suspeitos chegaram a negar participação no crime, mas diante das apreensões, acabaram admitindo. Segundo os policiais Paternazi ajudou a fazer os levantamentos dos estabelecimentos bancários.
Os dois homens foram autuados por porte de armas, roubo e organização criminosa e aguardam por audiência de custódia no Fórum de Rio Claro.
Ataques
De acordo com a Polícia Federal o conteúdo dos dois cofres na agência da Caixa Econômica Federal (CEF) em Bauru, cujo valor não foi informado, foi levado pelos criminosos. Não houve registro de feridos, porém pelo menos três viaturas da PM foram alvejadas.
Segundo a Polícia Militar, pelo menos 20 homens fortemente armados com fuzis e em oito carros, alguns blindados, participaram da ação.
Para dificultar a chegada da polícia, a quadrilha incendiou um veículo próximo a uma das agências atacadas.
Os criminosos foram perseguidos e trocaram tiros com os policiais em vários pontos da cidade. Foi pelo menos uma hora de tiroteio, segundo informações da Polícia Militar.
Durante a fuga, os ladrões abordaram uma van e sequestraram um motorista por volta das 4h30 no Jardim Carolina em Bauru. O veículo foi localizado depois na SP-291 entre São Manuel e Santa Maria da Serra.
No total, oito veículos usados pelos criminosos foram localizados pelos policiais, cinco deles em Bauru. O primeiro deles a ser encontrado foi deixado pelos criminosos próximo ao km 342 da Rodovia Marechal Rondon, na alça de acesso ao bairro Mary Dota. O trecho chegou a ser interditado durante a manhã, mas o trânsito foi liberado no início da tarde.
O outro carro estava na Avenida Engenheiro Xerxes Ribeiro, no Geisel e foi localizado com marcas de tiros e um dos pneus furados. Dentro do veículo foram encontrados malotes do banco e coletes à prova de balas.
Um terceiro carro foi abandonado no Parque Bauru. Nele os policiais encontraram marcas de sangue, o que pode indicar que um dos ladrões se feriu e também uma grande quantidade em dinheiro, inclusive dólares. Um quarto veículo foi encontrado na Vila Aimorés e um quinto na Avenida Alfredo Maia.
Os outros três estavam no mesmo trecho da SP-291 onde a van e o motorista sequestrado pelos criminosos foram localizados. Nos veículos, a polícia encontrou sacos de pedras lacrados com o logo da Caixa Econômica Federal, que podem ser semi-preciosas ou preciosas. A perícia esteve no local e material foi apreendido para perícia.
Em nota, a Caixa esclarecu que está colaborando integralmente com as investigações conduzidas pela autoridade policial. O banco aguarda a conclusão do laudo dos perítos e técnicos para definir a data de reabertura da unidade para atendimento à população. Por procedimento padrão de segurança, as informações sobre valores e imagens do circuito interno são repassados exclusivamente à polícia.