Apesar do anúncio de um acordo entre governo e líderes dos caminhoneiros visando o fim da paralisação que já está surtindo efeitos no comércio devido ao desabastecimento em diversos setores, inclusive no de combustíveis, o movimento não foi paralisado e em Araçatuba o grupo que está concentrado em um posto de combustíveis na rodovia Marechal Rondon foi dividido, sendo que parte dos manifestantes foram durante a madrugada bloquear a portaria da distribuidora de etanol da Raízen, na estrada da Prata, na zona rural de Araçatuba, para evitar o abastecimento de postos de Araçatuba e região.
De acordo com um dos líderes do movimento em Araçatuba, Odair Marques, o Ferrugem, apesar da mobilização de paralisação, alguns caminhoneiros estavam furando o movimento e vinham abastecendo postos na região. Ele disse que apenas nesta quinta-feira o posto Manhattan, localizado na avenida Brasília, teria feito dois carregamentos de etanol e por isso tinha mercadoria para vender, inclusive a um preço muito acima da média, conforme repercussão negativa que tomou conta das redes sociais durante a tarde e à noite.
“O cara conseguiu fazer dois carregamentos e estava vendendo etanol a quase R$ 4,00. Isso é um absurdo”, disse ele. O líder ainda afirmou que durante madrugada quatro caminhões foram ao centro de distribuição da Raízen e conseguiram impedir que três caminhões fossem carregados no início desta manhã. Além dos caminhões, manifestantes com veículos de passeio estão se juntando aos caminhoneiros e, de acordo com Ferrugem, durante a tarde mais caminhões devem se juntar aos manifestantes bloqueando ainda mais o acesso à Raízen.
O líder garante que não há uma data prevista para o término da paralisação e afirma que o anuncio feito pelo governo, de que teria ocorrido um acerto com líderes do setor para o fim do movimento, não efeito na prática. “O governo fez um acordo com três sindicalistas que não representam 5% da categoria do país. A maioria não reconhece o acordo e não vai encerrar a paralisação por enquanto. Não temos nenhuma data definida pra isso”.
Apesar de o tempo todo os manifestantes anunciarem reivindicações voltadas a redução do preço do óleo diesel e pedágios, além de outros benefícios em prol aos caminhoneiros, Ferrugem diz que o movimento visa também a redução do preço do etanol, da gasolina e querosene, e por este motivo, populares estão se juntando a esse grande movimento que começa a dar sinais de que pode parar o país.