O resultado de uma ampla pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos com alunos do 3º ano do ensino médio da rede público de ensino em Araçatuba foi divulgado parcialmente durante o “Seminário Temático – Educação em Debate”, promovido pela FAC-FEA nos dias 17 e 18 de maio.
O diretor pedagógico da Faculdade, professor mestre Pascoal Manfredi Neto, explicou que o seminário tem como objetivo proporcionar aos alunos do curso de Pedagogia e participantes a oportunidade de discutir as perspectivas da juventude no contexto de sua vivência no ambiente escolar e seus reflexos na vida profissional, além de promover uma integração entre profissionais e autoridades no setor de educação e acadêmico do curso de pedagogia.
O diretor disse que foram divulgados apenas os resultados parciais da pesquisa porque a divulgação completa será no lançamento de um livro que será publicado ainda este ano, a nível nacional, com todos os detalhes da pesquisa que revela o perfil completo do jovem estudante que sai do ensino médio, com dados sobre o nível de formação, as expectativas pós ensino médio, os números e motivos de dados como repetência, desistência e retorno à escola, nível de formação educacional dos familiares e outros.
A coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Educação da FAC-FEA, professora dra. Maria Noemi Gonçalves do Prado Manfredi, explicou que em 2015 foi realizado um encontro dos egressos do curso de pedagogia, quando surgiu a criação de grupos de pesquisa. “O resultado que apresentamos no seminário é fruto do trabalho destes grupos e revela o perfil e a trajetória escolar do aluno da rede pública”, disse ela, lembrando que foram entrevistados alunos de 20 unidades escolares.
O diagnóstico da pesquisa será divulgado em livro que, conforme a professora, servirá como base para enriquecer o debate da educação básica e ensino superior, sempre como forma de pensar na melhoria da educação em todos os níveis e em todos os campos, que estão entre os objetivos da FAC-FEA na formação de seus acadêmicos.
A aplicação dos questionários foi realizada nos meses de maio e junho de 2017 com quase 2 mil alunos, e após este período começou o trabalho de tabulação e avaliação dos resultados. A pesquisa foi direcionada com base em três áreas, sendo contexto político e social, contexto cultural e contexto educacional.
Entre os vários dados levantados constam sexo, a orientação sexuado civil, idade, etnia, religião, identidade de gênero, estado civil, participação em atividades comunitárias, redes sociais, conscientização política em relação as reformas em pauta, curricular e previdenciária, além de revelar um panorama geral sobre o percurso da educação escolar dos alunos, da creche ao ensino médio.
Pesquisa revela que quase metade dos alunos do 3º ano do ensino médio estão na mesma unidade desde o início do ensino fundamental (6º ano), e a maioria, 96%, nunca abandonou os estudos neste período. Dos 4% que afirmaram por algum motivo ter abandonado os estudos, 10% alegaram que foi por causa de professores, 7% justificaram o trabalharam 2% disseram que foi por não entender a matéria e outros 2% por motivo de doença. 7% justificaram que foi por causa de colegas e 4% não responderam. Metade deles foi por outros motivos, como aluno de inclusão, gravidez, mudança de cidade, por falta de vagas, por casamento e também pelo fato de não querer ir à escola.
79% dos entrevistados nunca reprovaram, 18% reprovaram uma vez e 2% reprovaram duas vezes ou mais. 1% dos alunos não respondeu a questão.
Os estudantes tem alegações diversas para justificar a reprovação, que vão desde gravidez, problemas auditivos, por não prestar atenção na aula, porque os pais pediram a reprovação, por causa de bulling e até mesmo porque afirmam que mal sabiam ler.
No ensino básico a maior reprovação se deu no segundo ano (21%), e no ensino médio, no primeiro ano, com 16%, e 11% no segundo ano. Já no terceiro ano o índice de reprovação foi de 3% dos alunos. No item que questiona ao aluno qual a importância do estudo, 43% justificou que é por aprimoramento intelectual, 28% para o mercado de trabalho e 27% para o vestibular.
No questionamento sobre como o aluno pensa e atingir o sucesso profissional e financeiro, 40% dos alunos justificou que é com curso superior, 30% com cursos profissionalizantes e 26% com concurso público. A pesquisa traz ainda uma série de outros resultados e análises que serão reveladas apenas com a publicação do livro.
O SEMINÁRIO
A coordenadora do curso de pedagogia da FAC-FEA, Márcia Elaine Catarin Vignoto, disse que seminário foi um importante para conversar discutir e refletir sobre a formação de professores e a pratica docente em Araçatuba. Em um importante evento que reuniu acadêmicos, professores e representantes da Diretoria Regional de Ensino e Secretaria Municipal de Educação.
O presidente do Conselho de Curadores da FEA, Celso Mendes Gardinal, disse que é motivo de orgulho para a entidade poder estar sendo sede de um debate tão importante, principalmente em uma época em que se discute muito a crise no ensino público, sendo que o evento e a pesquisa são de fundamental importância para o debate em torno da Educação tanto é nível fundamental, médio quanto superior.
Tanto a representante da diretoria regional de ensino, Edilene Bachega Rodrigues de Viveiros, quanto a secretária municipal de Educação, Silvana Sousa e Souza, destacaram a importância do evento promovido pela FAC-FEA e principalmente a parceria que as duas repartições mantém com a faculdade, para estágio dos alunos de pedagogia, que também tem servido como um grande apoio no ensino público de Araçatuba.