A polícia prendeu, nesta quarta-feira (18), três suspeitos de integrar uma quadrilha que aplicava o golpe do falso emprego. De acordo com as investigações, os criminosos anunciavam as vagas pela internet e obrigavam os candidatos a pagar quantias em dinheiro em troca de uma suposta contratação. Segundo a polícia, a quadrilha praticava uma espécia de “pirâmide do emprego” e a estimativa é a de que mil pessoas tenham sido vítimas do golpe, no Rio.
A promessa que teria sido feita em palestras que lotavam auditórios com mais de cem pessoas era de que o trabalho seria, inicialmente, o de trazer novos trabalhadores. Mas, em algum momento, que variava de um evento para o outro, os funcionários se tornariam promotores de vendas de um site de importação.
A polícia chegou até os suspeitos após denúncia de que eles realizavam outra palestra em um ponto da cidade. De acordo com a polícia, no local foram presos Fábio Alexandre Andrion de Moraes, Rodrigo Martins e Raphaela de Oliveira Andrion de Moraes. Só Fábio tem dez passagens pela polícia: estelionato, ameaça e agressão. Todos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, mas negam as acusações.
A polícia encontrou diversos certificados, uma pilha de falsos contratos de prestação de serviço e carteiras de trabalho.
Um dos trabalhadores lesados que prefere não se identificar por temer represálias da quadrilha afirma que sua carteira de trabalho ficou retida com os estelionatários. Eles chegaram a assinar o documento como se ele tivesse sido contratado:
– A carteira ficou em aberto e agora está difícil explicar aos recrutadores em processos seletivos que fui vítima de um golpe. Vou procurar o Ministério do Trabalho para saber o que fazer com o documento – contou o homem de 32 anos, que desembolsou R$ 50 com a promessa de conseguir um emprego.