Um lavrador de 35 anos foi preso em Eldorado, na região do Vale do Ribeira, interior de São Paulo, após uma investigação conjunta entre as polícias do Brasil e da Espanha o apontarem como um dos responsáveis por manter uma rede de pedofilia internacional. Estima-se que ele tenha compartilhado 10 mil imagens ilícitas.
Policiais federais da Delegacia de Santos, no litoral de São Paulo, responsável pela região, cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços do alvo na sexta-feira (16). Contra o homem, cuja identidade não foi revelada para não atrapalhar as investigações, havia uma ordem de prisão preventiva estabelecida pela Justiça.
As investigações começaram após um alerta das autoridades espanholas à Polícia Federal brasileira nos últimos meses. Os órgãos identificaram que o suspeito integrava uma rede responsável por compartilhar vídeos e fotos contendo pornografia infantil, como também era considerado um dos líderes desse grupo.
Pelo celular, conectado à internet, o lavrador recebia e enviava conteúdo a pessoas espalhadas pelo mundo em uma rede social. As investigações apontaram que o lavrador, que é casado com uma jovem de 18 anos e tem um enteado bebê, integrava, ainda, outras comunidades semelhantes que possuem o mesmo objetivo.
Em depoimento à Polícia Federal, ele admitiu que compartilhava o material, mas negou ser líder dos grupos, o que o tornaria capaz de administrá-los. O homem justificou que, para atingir esse patamar nessas comunidades, teria primeiro que produzir imagens próprias com crianças e adolescentes e, então, publicá-las.
A partir disso, mesmo com a negativa do lavrador de que fotografou e gravou conteúdo, os policiais federais passam a investigar eventuais vítimas dele na região do Vale do Ribeira. Há a suspeita de que ele tenha estuprado menores de idade, mas a confirmação dependerá da prova testemunhal de jovens.
Também serão analisados os materiais apreendidos nos endereços relacionados ao investigado, assim como o celular. Após ser encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Santos, o homem foi levado à Penitenciária 1 de São Vicente, também no litoral paulista, onde permanece preso sem previsão de liberdade.