Uma advogada, de Birigui, foi condenada a 17 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, acusada de envolvimento com a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Outra advogada da cidade, também foi condenada no mesmo processo a 8 anos e 9 meses de prisão. A sentença foi proferida ontem (31/10) pelo juiz Gabriel Medeiros, da Justiça Estadual de Presidente Venceslau.
Ambas foram denunciadas junto com mais 52 pessoas após investigações realizadas no âmbito da Operação Ethos, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, em novembro de 2016.
Outro advogado de Birigui, irmão de uma delas, já havia sido condenado, em julho desse ano, a pena de 15 anos e 5 meses de prisão.
A sentença determinou que os réus não poderão recorrer em liberdade, devendo cumprir a pena em regime fechado.
Para o Ministério Público, os condenados faziam parte de uma célula jurídica do PCC, formada a partir da cooptação de dezenas de advogados.
O grupo agia no comando de um esquema de pagamentos de propinas a agentes públicos e integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).
Entre os sentenciados está o ex-vice-presidente do Condepe. A pena dele foi de 16 anos e 2 meses de prisão.
Ele foi acusado de receber R$ 5.000 mensais do PCC para divulgar a organismos nacionais e internacionais falsas denúncias de violência impostas pelas forças de segurança do Estado.
De acordo com as investigações, foram os irmãos os responsáveis por cooptar, para a organização, o ex-vice-presidente do Condepe.
Parte dos réus está presa na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, também condenado na ação.
Segundo o Ministério Público, responsável pelas investigações da Operação Ethos, era da P2 de Venceslau que o PCC comandava suas ações ilícitas. Ainda de acordo com o MP, o PCC montou um quadro jurídico, chamado de “sintonia dos gravatas”.
Os advogados presos são acusados de fazer parte desse quadro da facção criminosa e são chamados pelo MP de “pombos-correios”, ou seja, levavam e traziam recados para as lideranças do PCC, entre outras tarefas.
“Essa organização integrada pelos réus configura verdadeiro estado paralelo, atuando severamente na prática de diversos outros crimes graves, como tráfico de drogas, roubos e homicídios, com regras dispostas em Estatutos, tudo a demonstrar a extrema reprovabilidade de suas condutas e a justificar a exasperação da reprimenda”, observou o juiz na sentença proferida ontem.
Matéria atualizada em 10/01/2020 às 17:56 para retirada de nomes, conforme solicitação por meios eletrônicos.