Em reunião com representantes de construtoras de Araçatuba e região, o superintendente regional da Caixa Econômica Federal de Presidente Prudente, José Paulo Gomes de Amorim, demonstrou otimismo em relação ao cenário econômico do Brasil em 2018, o que inclui o setor da construção civil regional. “É preciso planejar de forma muito criteriosa as ações para o ano que vem”, afirmou. Segundo o superintendente, o orçamento vinculado ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para 2018 deve ser parecido com o deste ano – cerca de R$ 41 bilhões do FGTS e R$ 12 bilhões do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). “Provavelmente, até seja um pouco maior, de R$ 45 milhões ou mais do FGTS, pois percebemos um aquecimento da economia, ainda que venha ocorrendo de forma lenta”, comentou.
Amorim lembrou que, para este ano, a Caixa contava com orçamento inicial e, como houve algum aquecimento do mercado, isso acabou consumindo grande parte dessa verba (R$ 33 bilhões do FGTS até setembro). Nesta semana, o banco reforçou o orçamento, com a liberação de mais R$ 8,7 bilhões. “Vínhamos adotando ações restritivas em relação a novos créditos, para racionalizar os recursos. Com esse aporte anunciado, não faltará dinheiro ao menos para os contratos já firmados neste ano”, garantiu o superintendente da Caixa.
O encontro de hoje foi solicitado pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Região Oeste do Estado de São Paulo (Sinduscon OESP), cujos associados buscam informações para entender o cenário econômico, as propostas da Caixa e planejar suas ações. Amorim aproveitou a oportunidade para saber das demandas, pedidos e sugestões das construtoras, e comprometeu-se a levá-las às instâncias superiores do banco.
Para o presidente do Sinduscon OESP, Aurélio Luiz de Oliveira Júnior, a reunião foi esclarecedora e produtiva. “Não há como negar que há apreensão da construção civil em relação às ações do governo federal e da Caixa direcionadas à habitação. A presença do superintendente do banco e os dados fornecidos nos dá um norte para a tomadas de decisões. E, no fim das contas, existe uma perspectiva positiva para o ano que vem, uma boa notícia que vem em boa hora”, avalia Oliveira Júnior.
Crédito liberado
Nesta semana, a Caixa Econômica Federal anunciou a liberação suplementar de mais de R$ 8,7 bilhões para o crédito imobiliário em todo o país. Os recursos são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com essa suplementação, a Caixa diz que terá recursos suficientes para normalizar o ritmo de contratações do Programa Minha Casa Minha Vida para famílias com renda familiar bruta mensal de até R$ 4 mil.
Em nota, o banco informou também que os contratos que seriam finalizados pelas agências antes das novas medidas de redução das cotas, cujo percentual de financiamento poderia atingir até 80%, terão as condições mantidas e prorrogadas até o fim deste mês. Havia queixas de clientes de que os contratos de crédito habitacional, mesmo com carta de financiamento aprovada, estavam parados devido à falta de recursos.
“As avaliações dos imóveis em garantia ao crédito de pessoa física que tiveram sua validade expirada durante o período de transição serão renovadas automaticamente até o final do ano, garantindo a continuidade dos financiamentos”, acrescentou o banco, em nota. Em setembro, a Caixa reduziu para 50% do valor do imóvel o limite máximo de financiamento.
O banco informou que adotou a estratégia de execução mensal do orçamento para todas linhas de crédito imobiliário, “com objetivo de cumprir o orçamento anual disponível até dezembro”. Segundo a Caixa, as condições de contratações de imóveis novos não sofreram alterações, permanecendo as cotas de financiamento de até 80%. “Essa medida tem objetivo de manter aquecida a indústria da construção civil do país, responsável por gerar emprego e renda”, destaca a nota.
O banco disse ainda que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado. A Caixa emprestou mais de R$ 72,4 bilhões até o momento em todas suas modalidades de crédito imobiliário.