Depois de 10 anos, Araçatuba deixa de receber a Virada Cultural Paulista, um grande evento cultural gratuito à população, para público de todas as idades, incluindo shows com artistas consagrados. O anúncio foi feito pela própria Prefeitura, que desistiu de fazer a parceria com o Estado para manter este evento que em uma década consagrou a cidade como uma das que teve maior destaque em organização e público deste grandioso evento, que começou na época do então prefeito Jorge Maluly Netto, e passando pelos oito anos do governo Cido Sério.
Ontem, após a divulgação do calendário pela Secretaria de Estado da Cultura, começaram as indagações nas redes sociais por pessoas ligadas à cultura e que estavam aguardando a agenda de shows. O evento será realizado em parceria com prefeituras de 21 municípios paulistas do litoral e interior, além da capital.
Municípios como Ilha Solteira, Votuporanga, Marília e Bauru receberão o evento e parte do público da região de Araçatuba, conforme manifestações nas redes sociais, de grupos que começam a se organizar para assistir aos shows em outras cidades.
O ex-prefeito Cido Sério lamentou o cancelamento do evento em Araçatuba, e disse que sempre se esforçou para manter a atividade, tendo em vista que é uma opção de entretenimento à população, estimulando a cultura, e com entrada gratuita em todas as atrações, sendo para muitas pessoas, a única chance de poder ter acesso a atrações culturais.
A Virada Cultural já trouxe a Araçatuba, além de artistas regionais e locais, nomes como Maria Gadú, Almir Sater, Elba Ramalho, Raimundos, Ultraje a Rigor, Racionais, Juca Chaves, Maurício Manieri e muitos outros nomes consagrados inclusive internacionalmente.
Leia íntegra da nota emitida pela assessoria de imprensa da prefeitura.
“A Prefeitura Municipal de Araçatuba comunica que este ano não irá receber a Virada Cultural Paulista. O gasto com equipamentos de som, iluminação, tendas, banheiros químicos e toalhamentos realizado em 2016 foi de R$ 229.402,00. A Prefeitura e Secretaria de Cultura consideram que o custo para realização desse evento é muito alto, tendo em vista as dificuldades econômicas da Prefeitura e do país.
Há outras demandas que precisam ser atendidas e várias ações importantes a serem executadas pela pasta, entre elas as melhorias nos espaços culturais que estão com estrutura precária, precisando reformas e reparos. Os problemas no prédio do Museu Mal. Rondon, o teatro Paulo Alcides Jorge e a Biblioteca Municipal são alguns exemplos.
A Virada consumiria muito mais do que a Secretaria de Cultura tem em orçamento. A Secretaria também tem sido requisitada para eventos de menor porte nos bairros e ainda a valorização dos artistas locais, o que seria impossível com o investimento para realização da Virada. Lamentamos demais ter que tomar a decisão e estaremos nos preparando para uma grande Virada em 2018.
Gostaríamos de destacar que outras cidades de grande porte também desistiram de receber a Virada em 2017. Entre elas: Jundiaí, Presidente Prudente, São José dos Campos, Campinas entre outras.”